“BOA SORTE, MENINAS”: VIOLÊNCIA DE GÊNERO E DOMESTICAÇÃO DA SEXUALIDADE FEMININA

Dra. Viviane Teixeira Silveira
Universidade do Estado de Mato Grosso.

Resumen

Alguns saberes feministas tensionam discursos e pressupostos que acreditam que certos assuntos não são políticos, mas apenas uma questão pessoal. Um dos temas que foram e ainda são tratados como um acontecimento íntimo e pessoal é a violência contra as mulheres. Utilizarei do potencial formativo existente no cinema e na arte para refletir sobre esse tema. Um dos materiais utilizados é o documentário intitulado «»The hunting ground»», cuja trama aborda a violência sexual institucionalizada contra estudantes das universidades dos Estados Unidos e que trazem o debate para a esfera pública. Através de algumas noções da biopolítica e da teoria queer, faço uma contextualização da violência de gênero a partir da capacidade de a arte (fílmica/literária) ser uma possibilidade de alargamento da educação baseada em saberes feministas. Para Elsa Dorlin, os saberes feministas podem ser entendidos como o «»[…]trabajo de cuestionamiento de lo que hasta entonces se mantenía por lo común fuera de lo político: los roles de sexo, la personalidad, la organización familiar, las tareas domésticas, la sexualidad, el cuerpo…»». (DORLIN, 2009, p. 14). As reflexões caminham no sentido de trazer à tona o quanto as universidades e a educação são permissivas em relação à violência contra as mulheres colaborando com a sua naturalização. Outrossim, que as universidades estejam abertas para uma educação baseada nos saberes feministas apoiando as vítimas de violência, fomentando redes de mulheres nas universidades, criando uma cultura institucional em que a desvalorização das mulheres seja rechaçada, repensando regimentos e estatutos, educando para a equidade, entre outras ações, para que sejam instituições exemplares no combate à cultura do estupro.

Palabras claves: Educação; Violência de Gênero; Arte.