CULTURA IORUBÁ E ÒRÚNMÌLÁ – A IMPORTÂNCIA DOS SABERES ANCESTRAIS PARA A ATUALIDADE

João Paulo de Azevedo Silva
Universidade Federal de Pernambuco

Everaldo Fernandes da Silva
Universidade Federal de Pernambuco

Resumen

A educação proposta pelo mundo eurocêntrico coloca em nossas cabeças que há uma dicotomia muito clara: corpo x intelecto e que tudo que advinha do corpo não era válido o suficiente para ser considerado Ciência/Filosofia. Além disso, esvazia de sentido os saberes místicos de seus significados para a convivência dos seres humanos, como se os valores presentes nas religiões não tivesse valia para uma boa convivência e harmonia social. Por isso, a curiosidade é uma locomotiva que nos movimenta constantemente para refletir sobre lugares e saberes que, embora façam parte do universo cultural ao qual estamos imersos, nunca havia sentido-pensado antes. Isso porque, a filosofia ocidental permanece tentando nos impor parâmetros de sentir-pensar a vida e seus múltiplos processos de atravessamento de uma única forma: homem, branco e europeu. A filosofia oferecida através do Òrì?à funfun Òrúnmìlá é um desses saberes que ajuda o autor a sentir-pensar o mundo a partir de uma outra perspectiva, com uma nova lente, com um novo olhar para o que é produzido a partir das filosofias africanas que têm um cuidado diferente para com o Outro. Para o povo iorubá, as pessoas que desejam felicidade devem buscar ter bom caráter, pois assim evita confusão com outros seres humanos e com as divindades. A essência da fé baseia-se em praticar e cultivar dentro do coração o bom caráter, o bom viver social. Existem uma quantidade grandíssima desses saberes e outros mais vivenciados e ensinados oralmente dentro das comunidades através dos mais velhos e das divindades. Saber partes desses saberes são de importância para nos encontrarmos enquanto parte existencial desse plano, enquanto seres que tiveram sua história negada através do processo de (pós)colonização.

Palabras claves: Iorubá, Òrúnmìlá , Ancestralidade, Educação