RESISTÊNCIA E ORGANIZAÇÃO POPULAR: AS AÇÕES DO MST E MTST NO COMBATE À FOME DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19

Pamela di Christine Franco de Oliveira
Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA)

Silvia Aparecida Zimmermann
Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA)

Resumen

Nos anos 2000, houve amplo engajamento do governo federal brasileiro com políticas para o combate à fome e redução da pobreza, que alcançaram os melhores resultados, entre 2013 e 2014 com a saída do Brasil do mapa da fome, publicado pela Organização das Nações Unidas. No entanto, um novo período marca as relações políticas no país, sobretudo, após o golpe parlamentar-jurídico-midiático e a transição de governo, cuja marca foi a adoção de uma agenda governamental de viés conservador e neoliberal, com reformas e cortes orçamentários, que enfraqueceram as políticas e programas de soberania e segurança alimentar e nutricional (SSAN). Nesse contexto, busca-se com a pesquisa mapear e discutir a atuação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), em meio à crise sanitária, para promoção da SSAN, a partir de uma pesquisa descritiva, de abordagem qualitativa, com revisão bibliográfica e documental. Em um cenário que já apresentava problemas políticos, econômicos e sociais, o ano de 2020 marca o início da pandemia da Covid-19, esta que agravou as desigualdades preexistentes, contribuindo para o aumento da população em situação de pobreza e fome. Além disso, em meio ao desmonte das políticas públicas foi cada vez mais necessário um processo de resistência e organização popular, a fim de mitigar os efeitos da agenda neoliberal, com destaque à atuação dos movimentos sociais que marcam sua relevância na luta popular por justiça alimentar e pela garantia do Direito Humano à Alimentação Adequada. Os resultados demonstram a relevância dos atores, com ampla atuação por meio de doações diretas de alimentos e da construção de cozinhas solidárias durante o período. Contudo, apesar do impacto positivo na população, seus esforços também clamam por maior ação do Estado frente a 33 milhões de brasileiros em situação de fome.

Palabras claves: segurança alimentar e nutricional, movimentos sociais, covid-19